Surfistas Negras destaca nova geração de free surfers brasileiras
Free surfer e apresentadora do Woohoo há uma década, Erica Prado encara o mar desde cedo. Filha de um carioca e uma baiana, se apaixonou pelas ondas em Itacaré, na Bahia, onde a capoeira e o surf são culturalmente os esportes mais tradicionais.
Ela começou a competir aos catorze, foi campeã baiana aos dezesseis e se aposentou aos 22, em 2012, ao perceber que não conseguiria viver apenas dos campeonatos. Era o começo de um hiato de cinco anos sem incentivo ou patrocínio no surf feminino.
Recentemente, ela criou o projeto Surfistas Negras no Instagram para dar visibilidade a surfistas negras em geral, mas principalmente para competidoras. Considerando que o Brasil tem 7.3 mil kilometros de praias, muitas delas surfáveis do Nordeste ao Sul do país, dá para deduzir que a diversidade de surfistas brasileiras é bem maior do que o que vemos no Off, Woohoo e SporTV.
Morando no Rio e fazendo coberturas das maiores etapas do surf mundial, Erica acompanha de perto a nova geração de surfistas brasileiras. "Eu percebi que os anos se passaram, as gerações novas chegam e os problemas são os mesmos", conta ao Asfalto. Assim como no futebol e em outras modalidades de esportes radicais, as meninas sobrevivem com algum plano B e vivem o surf longe do glamour dos grandes circuitos.
Entre os destaques mencionados por Erica, está Silvana Lima, surfista nordestina e uma das favoritas para as Olimpíadas, e Yanka Costa. "A Yanka Costa, atual campeã estadual do RJ, terceira colocada no ranking brasileiro, é uma das melhores do país e não está correndo o circuito de acesso a elite do surfe mundial porque não tem patrocínio. Se ela não consegue nem participar de todas as etapas do brasileiro, como vai conseguir representar o Brasil no mundial? Pra ela estar preparada, precisa viajar. O Gabriel Medina, antes de entrar para a elite do surf, conheceu a Indonésia, Europa, Havaí, tem toda uma preparação física, uma bagagem adquirida em surf trips, eventos fora do país. Só assim dá pra competir de igual pra igual."
Ela acredita que muito além da Brazilian Storm, que está levando o surf brasileiro há alguns anos para os holofotes mundiais, existem muitos projetos legais rolando para acompanhar. "A Nuala Costa tem a Associação de Surf Feminino em Pernambuco, fica na comunidade carente de Maracaípe", explica. Lá, as meninas têm aulas técnicas, de natação e preparação física. "Acredito que projetos como esse podem mudar a base da estrutura do surf, só assim poderemos ver um progresso nos próximos cinco anos."
Apaixonada por praia, Erica atualmente mora no Rio, cidade que já foi sede da etapa brasileira do Circuito Mundial. Pra quem quer começar, ela indica as suas praias favoritas. "A Praia da Macumba aqui no Rio tem uma onda mais cheia, ótima para quem está começando. Em São Paulo, meu lugar favorito é Itamambuca, em Ubatuba, mas recomendo os mares pequenos. Importante lembrar para sempre procurar uma professora, uma ONG ou uma escola para começar. A natureza não dá mole não, tem que respeitar."
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