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Cinco muralistas brasileiras pra seguir agora no Instagram

Sté Reis

06/02/2019 18h47

Tenho que começar esse texto dizendo que listas são injustas. A cada ano, mais mulheres têm ganhado os muros, conquistado espaço e é quase impossível listar todas em um só post. Ainda assim, compartilho aqui com vocês algumas artistas que estão representando muito nos murais, levando mais cores para cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Bahia e colocando pautas tão importantes para as mulheres na arte nas entrelinhas.

Criola (@criola)

Primeira empena de prédio que a Criola pintou em São Paulo (Instagram / @soudroneiro)

Os grandes murais da mineira Criola foram um dos momentos altos do graffiti feito por mulheres no ano passado. Junto com uma marca de sandálias, a artista coloriu prédios em Belo Horizonte e São Paulo e é impossível passar despercebida por qualquer um deles. Entre os principais temas pintados pela artista estão a diversidade cultural brasileira, grafismos africanos e a representatividade da mulher negra.

Rita Wainer (@ritawainer)

"A Cidade É Nossa" quase foi pintado de branco em 2018, mas foi mantido pela pressão popular (Reprodução / Instagram)

Mesmo que não se considere grafiteira, Rita Wainer ganhou os muros de São Paulo com obras que espelham a cultura alternativa do centro e esse inconsciente coletivo da cidade. Seus auto retratos existencialistas já fazem parte da cultura de rua da capital, com o emblemático "A Cidade É Nossa", que foi cenário para o Bloco do Baixo Augusta no ano em que um milhão de foliões foram pra rua com o bloco. No Rio, ela também deixou sua marca no Pier Mauá com os dizeres "Saudade é Amor". Será? 

Panmela Castro (@panmelacastro)

Mural que ela pintou no Lavradio, no Rio, com o tema Dororidade (Reprodução / Instagram)

Sou apaixonada pela arte da Panmela desde que tive a oportunidade de conversar com ela sobre seus projetos relacionados a mulheres periféricas no Rio de Janeiro. Reconhecida pela Onu Mulheres, no ano passado ela levou a Malala para fazer um stencil da Marielle no Nami, um museu a céu aberto criado pela Rede Nami, um dos projetos de Panmela. A sua arte trata bastante do feminino e discute o papel da mulher na sociedade.

Fefe Talavera (@fefetalavera)

Mural de Fefe Talavera com intervenção de Nick Davis (Reprodução / Instagram)

Filha de pais mexicanos, a artista paulistana está na exposição coletiva "Linguagens Urbanas", na Galeria Ricardo Van Brusky. Seus animais são uma metáfora pros sentimentos mais reprimidos da existência humana, entre eles o medo, raiva, desejo e sonhos. As referências visuais também remetem a uma versão mais dark dos coloridos alebrijes, bonecos de papel tradicionais na cultura mexicana. Em um dos seus últimos trabalhos, o boneco ganhou uma versão materializada por Nick Hunt, que mostrou que não existem limites pra criatividade nas ruas. 

Nila Carneiro (@nila_carneiro)

Hospital da Mulher ilustrado por Nila, em Salvador (Divulgação)

Formada em design gráfico, a baiana Nila Carneiro tem como inspiração a cultura baiana, religiões de matriz africana, cores tropicais e muita delicadeza. Entre seus murais mais famosos na cidade está o Hospital da Mulher (foto acima) e uma recente homenagem a Mãe Stella de Oxóssi no Coren. Entre as baianas, também recomendo a @sistakatia, que ainda não ganhou grandes murais, mas pinta diversidade de corpos, cabelos coloridos e tem um feed incrível.

Conhece alguma artista que vale a pena seguir? Manda pra mim!

Sobre a autora

Nascida e criada na periferia de São Paulo, Sté Reis estudou Jornalismo na São Judas e desde então escreve sobre sua relação com as ruas da capital. Se especializou em cultura underground, música e feminismo, foi repórter em UOL Entretenimento e tem textos publicados no Zona Punk, Youpix, Brainstorm9, Deepbeep, Rolling Stone, MTV e Facebook Brasil. É assistente de conteúdo do DJ Marky, do rapper Projota, e compartilha seus achados no Malaguetas, há mais de dez anos no ar.

Sobre o blog

Histórias de quem ocupa a cidade e dicas de intervenções urbanas, música, cultura pop e esportes de rua para quem encara o asfalto de São Paulo e busca novas formas de viver a capital.

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