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Samba do Bixiga ganha autorização para fechar a Treze de Maio toda sexta

Sté Reis

29/05/2018 13h37

Com 44 anos de existência, 10 só de rodas em botecos no Bixiga, o Grupo Madeira de Lei conseguiu, junto com a comunidade do bairro, autorização da CET para fechar o trecho da rua Treze de Maio onde rola o samba toda sexta-feira das 20h às 00h, a partir de 1 de junho.

Os cavaquinhos e pandeiros do grupo são parte da história cultural da região. Com a proposta de manter o samba de asfalto vivo, o Madeira de Lei foi formado por Namur (voz e tamborim), sambista que deu três títulos para a Vai-Vai, entre eles o primeiro enredo que consagrou a escola campeã, "Na Arca de Noel quem entrou não saiu mais", de 1978.

A roda já reunia uma centena de pessoas semanalmente, desde que a cerveja ainda custava 1 real. Também conhecido como Samba do Namur, Boteco Samba de Rua e Samba da Treze, nos últimos anos começou a atrair os ouvidos mais atentos e lotar as mesas de plástico na calçada atraindo um público diverso.

Para quem quiser comemorar a conquista, o boteco Amigos de Verdade, no 507 da avenida, é o point, para, quem sabe, se arriscar na roda. Como já convidou o lendário sambista Geraldo Filme, "o Bixiga hoje é só arranha céu e não se vê mais a luz da lua. Mas o Vai Vai está firme no pedaço, é tradição e o samba continua."

Primeiro Samba com a rua fechada
Onde: Treze de Maio, altura do número 507
Quando: toda sexta, das 20h às 00h
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Sobre a autora

Nascida e criada na periferia de São Paulo, Sté Reis estudou Jornalismo na São Judas e desde então escreve sobre sua relação com as ruas da capital. Se especializou em cultura underground, música e feminismo, foi repórter em UOL Entretenimento e tem textos publicados no Zona Punk, Youpix, Brainstorm9, Deepbeep, Rolling Stone, MTV e Facebook Brasil. É assistente de conteúdo do DJ Marky, do rapper Projota, e compartilha seus achados no Malaguetas, há mais de dez anos no ar.

Sobre o blog

Histórias de quem ocupa a cidade e dicas de intervenções urbanas, música, cultura pop e esportes de rua para quem encara o asfalto de São Paulo e busca novas formas de viver a capital.

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