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Com capoeira e swing, brasileiros garantem mundial de breakdance na Suíça

Sté Reis

12/06/2018 15h48

Bart batalha contra Allef na final da Red Bull BC One Cypher Brazil (Fábio Piva / Red Bull Content Pool)

No último final de semana, rolaram as eliminatórias nacionais do campeonato Red Bull BC One Cypher, que vai reunir os melhores b-boys e b-girls do mundo no mês de setembro em Zurique, na Suíça. A boa notícia é que dois brasileiros de peso foram escolhidos para a representar o país em meio a um clima de festa e muito passinho na Red Bull Station, no coração de São Paulo.

Bart, batizado Mateus Melo no Ceará, tem 20 anos (7 só de street dance) e levou a melhor na batalha contra Mirley "Allef", b-boy maranhense e um dos favoritos. Para Bart, o diferencial está no esporte que pratica desde a infância. "Faço capoeira desde os nove anos e isso acabou fazendo parte do meu estilo de dançar", comentou. Bart hoje sustenta o filho Caio, de três anos, dançando nas ruas de Fortaleza.

MC Pump Killa anuncia Bart como vencedor da categoria masculina (Fábio Piva / Red Bull Content Pool)

Entre as minas, a paraense conhecida como Mini Japa (Mayara Colins), 22, venceu a b-girl mineira Natana. No final da batalha, emocionada, ela diz que só conseguiu competir com muito esforço da mãe. Entre lágrimas, segurava o troféu enquanto recebia cumprimentos das primeiras b-girls da capital. "Agora vou dar o meu máximo para aperfeiçoar, vou treinar muito e trazer esse título."

Apresentação da Mini Japa na final da Red Bull BC One Cyper Brazil (Fábio Piva / Red Bull Content Pool)

Para levar o prêmio, os dois passaram por etapas classificatórias em suas respectivas regiões. Os 16 b-boys e as 30 b-girls semifinalistas se apresentaram no final de semana para os juízes Pelezinho (membro do Red Bull BC One All Stars), a brasiliense FABGIRL (b-girl e estudiosa da cultura hip hop), e Aranha (professor de break dance e entusiasta da cultura hip-hop).

Pelezinho, FABGIRL, Bart e Aranha apresentam o vencedor (Fábio Piva / Red Bull Content Pool)

Os principais critérios avaliados na cypher são musicalidade, originalidade, performance e presença de palco. Mas, para FABGIRL, os brasileiros têm um quinto item importante para mostrar pros gringos. "Nosso swing é uma identidade nacional muito forte, com certeza ele fará diferença lá fora".

Para a jurada, a Mini Japa também tem grandes chances na final. "Já acompanho a Japa faz tempo, vi a evolução e ela tem uma um estilo único de dançar". Sobre as minas na competição, ela acrescenta: "É importante que exista essa representatividade."

FABGIRL e Mini Japa comemoram prêmio da paraense (Fábio Piva / Red Bull Content Pool)

Para quem quiser acompanhar a hipnotizante final, a Red Bull fará uma transmissão ao vivo direto da Suíça no dia 28 de setembro. Quem curte e acompanha esse pilar tão importante na cultura hip-hop não pode perder.

Sobre a autora

Nascida e criada na periferia de São Paulo, Sté Reis estudou Jornalismo na São Judas e desde então escreve sobre sua relação com as ruas da capital. Se especializou em cultura underground, música e feminismo, foi repórter em UOL Entretenimento e tem textos publicados no Zona Punk, Youpix, Brainstorm9, Deepbeep, Rolling Stone, MTV e Facebook Brasil. É assistente de conteúdo do DJ Marky, do rapper Projota, e compartilha seus achados no Malaguetas, há mais de dez anos no ar.

Sobre o blog

Histórias de quem ocupa a cidade e dicas de intervenções urbanas, música, cultura pop e esportes de rua para quem encara o asfalto de São Paulo e busca novas formas de viver a capital.

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