O que esperar da maior exposição dos grafiteiros OsGemeos na Pinacoteca
Sté Reis
24/07/2019 22h02
Depois de Vertigem e A Ópera da Lua, as duas últimas grandes exposições dos grafiteiros paulistanos Osgemeos em São Paulo, os irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo voltam a expor no Brasil depois de cinco anos de hiato. De acordo com informação publicada pela colunista Sonia Racy, do Estadão (e confirmada no Instagram deles), a Pinacoteca de São Paulo vai montar a maior exposição dos artistas no Brasil.
Programada para março de 2020 e super panorâmica, a mostra ocupará as sete galerias principais do prédio e também o octógono do museu. "Uma oportunidade para o público conhecer mais sobre a trajetória dos artistas e promover um encontro deles com os brasileiros após intensa agenda internacional", antecipou Jochen Volz, diretor-geral do museu, à jornalista.
O que esperar da exposição em São Paulo
Gustavo e Otávio Pandolfo durante a exposição em Hong Kong (@sashabogojev | Juxtapoz)
Ainda é cedo para saber quais as obras e temas eles irão abordar, mas dá pra ter ideia da evolução de suas instalações em exposições nos últimos anos. Entre elas, mostras em Los Angeles, Berlim e Japão que mostram a diversidade de colaborações, materiais e experimentações na rua. Um leque de plataformas expandido.
Boneco gigante em Berlim
Boneco de 18M dOsgemeos na Hamburger Banhof (SMB | Divulgação)
Em cartaz até junho deste ano, a galeria de arte contemporânea de Berlim recebeu os artistas em diversas intervenções. Uma delas, logo na entrada do museu, era um um boneco de 18M de altura com um de seus personagens. Do lado de dentro, além de uma série de instalações relacionadas à cultura hip hop, principal fonte de inspiração da dupla, eles fizeram uma colaboração com a dupla de danças urbanas Flying Steps e foi criada uma experiência que misturava música clássica, hip hop e expressão corporal.
Instalações musicais
Instalação O Beijo na exposição Silence of the Music, em Nova York (Osgemeos | Divulgação)
Em 2016, mais de mil pessoas lotaram as salas da galeria Lehmann Maupin em Nova York para interagir com as obras dos artistas na exposição "Silence of the Music". A escultura "O Beijo" transporta o espectador para outros universos através de sua música produzida 100% de forma automática através de elementos mecânicos e elétricos, como uma grande caixa de música", explicaram na época.
Dèja Vu em Hong Kong
Experimentações de materiais no Japão (@sashabogojev | Juxtapoz)
2018 foi um ano de grande destaque para os artistas internacionalmente. A Juxtapoz, que é a maior revista de arte urbana e contemporânea do mundo, fez uma edição especial com eles falando sobre todas as exposições e murais que eles participaram durante 2018. Entre elas, as exibições solo em Hong Kong, Londres e em Pittsburg, nos Estados Unidos. O acervo mistura quadros, instalações e produções exclusivas para as galerias.
Nos telões da Times Square
Osgemeos na Times Square (Divulgação)
Parte do projeto Conexão Paralela, as obras da dupla ficaram expostas em cinquenta telões da Times Square todos os dias, por um mês, às 23h57, substituindo os anúncios de espetáculos da Broadway. Esses exemplos foram alguns destaques entre os incontáveis murais que eles produziram nos últimos cinco anos, participações em grandes feiras de arte como a Art Basel e grafites na rua, como não deveria deixar de ser.
Sobre a autora
Nascida e criada na periferia de São Paulo, Sté Reis estudou Jornalismo na São Judas e desde então escreve sobre sua relação com as ruas da capital. Se especializou em cultura underground, música e feminismo, foi repórter em UOL Entretenimento e tem textos publicados no Zona Punk, Youpix, Brainstorm9, Deepbeep, Rolling Stone, MTV e Facebook Brasil. É assistente de conteúdo do DJ Marky, do rapper Projota, e compartilha seus achados no Malaguetas, há mais de dez anos no ar.
Sobre o blog
Histórias de quem ocupa a cidade e dicas de intervenções urbanas, música, cultura pop e esportes de rua para quem encara o asfalto de São Paulo e busca novas formas de viver a capital.